Os meios para se alcançar um alto desempenho organizacional na área da saúde têm mudado muito rapidamente nos últimos anos. Seja por pressões regulatórias, seja por transformações nas populações — como, por exemplo, o aumento da expectativa de vida — seja pelos próprios avanços da tecnologia.
O contexto do Big Data, especificamente, já é uma realidade para muitas instituições, e as ferramentas de Business Intelligence (BI) oferecem cada vez mais possibilidades.
Ao ler este artigo, você saberá mais a respeito desse assunto, e entenderá como o BI pode ajudar o seu hospital a subir de nível em atendimento e cuidado aos pacientes. Interessado? Então, continue a sua leitura!
O que é Business Intelligence?
Numa tradução literal do termo, temos algo como “inteligência de negócios”. Trata-se, em linhas gerais, de um conjunto de tecnologias, aplicativos e práticas voltadas para a coleta, integração, análise e apresentação de informações, especialmente em ambientes corporativos.
O objetivo principal do BI é dar suporte para que melhores decisões sejam tomadas. Para isso, seus sistemas fornecem visualizações (históricas, atuais e preditivas) das operações do negócio, com dados que foram reunidos, na maioria das vezes, a partir de informações operacionais da própria empresa.
Em termos práticos, o Business Intelligence vem para dar sentido à quantidade enorme de registros que conseguimos obter atualmente, quase em tempo real. Algo capaz de traduzir uma pilha de números relativos às diversas rotinas e os transformar em informações gerenciais.
Antes dele, a prática era usar relatórios estáticos, entregues no início do mês subsequente, que projetavam um desempenho empresarial que já poderia estar distorcido. Assim, as reuniões quase sempre tratavam de como “correr atrás do prejuízo”. Agora, essa realidade mudou. Com o BI, os problemas podem ser solucionados rapidamente, assim que surgem.
Como isso se aplica na área da saúde?
De fato, o Business Intelligence oferece várias aplicações no segmento médico e no cuidado aos pacientes. Não à toa encontramos hoje instituições cada vez mais informatizadas e investindo em automação, fazendo com que seus ambientes se tornem propícios a essa captura massiva de dados.
Desde atividades administrativas até dados diretamente relacionados aos tratamentos — como tempo médio de permanência, número e tipo de cirurgias, dentre outros —, o BI permite que tudo seja obtido de forma mais fácil e organizada. É possível, por exemplo, conhecer a fundo algumas informações que antes podiam apenas ser estimadas, detalhando por meio dos dados o que está na raiz de cada questão:
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Qual é o custo exato da internação de um paciente?
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Quais práticas apresentam melhor desempenho?
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Quais são as margens de lucro obtidas em cada leito?
O Business Intelligence também permite que ferramentas de descoberta de informações sejam incorporadas no seu dia a dia, mudando a forma como os gestores e médicos pensam o seu trabalho. É possível implementar painéis de controle em tempo real, por exemplo, que exigem o status de tudo aquilo que for definido como relevante para uma determinada tarefa.
Para aproveitar todas essas funcionalidades, é necessário que o hospital se planeje e invista em sistemas e servidores capazes de processar um grande volume de dados, que possibilitam automatizar todo esse trabalho pesado de obtenção e compilação de dados — algo inviável de se fazer manualmente.
Normalmente, o indicado é contar com softwares específicos, que trazem essas soluções embarcadas e já fornecem os relatórios de interesse. Vejamos, a seguir, alguns usos que podem gerar grandes diferenciais para a sua instituição.
Setor da qualidade
Atualmente, a utilização do BI é fundamental para garantir que todos os processos internos sejam executados sem problemas — e, com isso, buscar a melhoria contínua das atividades. Afinal, ao se ter maior precisão na descoberta do que vai bem e do que deve ser mudado, as ações voltadas ao aumento da qualidade se tornam muito mais eficientes.
Individualização de tratamentos
O objetivo de toda organização de saúde é aumentar a taxa de recuperação de seus pacientes; todos os médicos e demais profissionais devem estar alinhados a esse propósito. Pois, hoje, sabemos que a melhor forma de se conseguir isso é realizar um tratamento individualizado.
Nesse sentido, os softwares de BI permitem a análise de históricos e comparativos entre marcadores genéticos, dando a oportunidade de atuações mais proativas na prevenção de doenças e na adoção de intervenções apropriadas.
Centro cirúrgico
A utilização do Business Intelligence também é bastante ampla quando falamos de centros cirúrgicos. Podemos aplicar essa inteligência na análise de informações que vão desde a fase de pré-agendamento dos procedimentos — passando pela otimização dos leitos, conhecendo mais profundamente às taxas de ocupação e as principais recorrências — até as taxas de sucesso de cada tipo de operação e seus tempos de recuperação.
Além disso, o BI ainda permite o agrupamento e a classificação de dados, o que oferece informações populacionais que possibilitam ao gestor reduzir custos, seja diminuindo ineficientes, seja diluindo os gastos fixos.
Estoques
Sabemos que as unidades hospitalares precisam gerenciar estoques caros e fragmentados. Mesmo comprando itens como remédios ou seringas em grandes lotes, o seu uso é quase sempre feito de forma unitária, e as saídas ocorrem em grandes volumes por período.
Quanto a isso, o Business Intelligence nos permite conhecer melhor todos esses movimentos, dando à gestão mais controle sobre os inventários e os principais utilizadores de cada artigo. Isso, inclusive, pode ser analisado continuamente para que se avalie se o uso está acontecendo de maneira correta ou se há desperdícios.
Outros setores
O BI ainda pode ser amplamente utilizado em funções financeiras e administrativas (como contas a pagar e a receber), e processos de recursos humanos — tanto os burocráticos, como folhas de ponto e gestão de benefícios, quanto os de desenvolvimento humano.
Enfim, esse é o verdadeiro sentido de se investir em Business Intelligence em áreas corporativas; especialmente, como vimos, no ramo da saúde. Descobrir dados, que antes eram inacessíveis, e transformá-los em informações que permitam identificar as causas dos problemas para tratá-los de forma rápida, com melhores resultados clínicos e financeiros.
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